Cartas pra Você
- diversoemprosa
- 4 de mar. de 2017
- 2 min de leitura

Meu bem a brisa trouxe de volta o seu perfume para o meu quarto e confesso que quase tive um infarto pois acreditei que você entraria pela janela mais uma vez e, que me aqueceria nessa chuvosa manhã de domingo como sempre fez.
A chuva molhando a terra lá fora, e dentro do meu quarto, no mesmo compasso o meu coração chora. As poças de água nem se comparam as lagoas que formam na minha cama, e pra uns pode até parecer drama, mas só quem já amou de verdade entende o que é sofrer de saudade.
Saudade dos projetos, planos, sonhos na rede de balanço, de ter duas crianças e um rancho com uma familia de patos ao inves de um casal de gansos tão chatos. Da varanda daria para ver um lindo pomar e pra combinar essa casa teria um riacho no fundo, o endereço seria no finzinho do mundo, em um lugar onde a paz só seria quebrada pelo barulho dos grilos, das cigarras e do galo amarelo anunciando um dia novo e belo.
Mas você partiu, uma parte de mim levou e o que aqui dentro restou foram lembranças de nossos dias na estrada, viagens com cheiro de terra molhada, abraços alegres, uma vida compartilhada andando em direção ao tudo e ao nada.
E agora como esquecer alguém que cuidou tão bem de mim? Como apagar esse sentimento tão bom que ao mesmo tempo chega a ser ruim?
Queria escrever essa carta em um balão e deixar ele subir beeeem alto até chegar ai na imensidão chamada céu onde você está. Mas sei que não dá, sei que não vai ler, porém escrevo mais essa carta para você.
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