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encaixe das mãos...

  • Foto do escritor: diversoemprosa
    diversoemprosa
  • 10 de fev. de 2017
  • 1 min de leitura

Eu conhecia seu riso, e o seu sorriso quando saia forçado pra não constranger alguém.

Eu conhecia o seu olhar, e o seu jeito de andar quando o seu dia não tinha sido bom.

Eu sabia, ah eu sempre sabia, quando você chegava de cabeça baixa e sério, que precisava deixar você se encontrar no ambiente e falar comigo.

Eu soube logo cedo que eu ia me apaixonar, que iria rir, que as borboletas iam voar aqui dentro e o céu ganharia outra cor talvez, mesmo que a chance de ser recíproco fosse mínima, mesmo que houvesse alguma lágrima depois. E eu tentei evitar, mas se tornou impossível, aí eu deixei fluir.

Veio o primeiro selinho roubado, e outro, outro, mais outro... ai deixou de ser roubado... o abraço ficou mais demorado e as conversas também, o meu riso já tinha na cor dos seus olhos o melhor motivo.

Veio o primeiro beijo, ou o quase, e depois o primeiro beijo mesmo, primeiro, segundo e tal...

Que se transformou em mãos dadas e cafuné diário.

Aí um baque trouxe a distância, e as lágrimas que eu citei no comecinho chegaram pelos motivos menos prováveis. Até a distância não existir mais, não existir a ponto de observar cada traço que compõe o desenho da sua íris, e com uma proximidade tão grande, grande também foi minha euforia...

No meio disso, um buraco negro, não sei onde me perdi, o tempo se tornou uma medida abstrata, não deu mais, a sua mão não desejava mais o encaixe da minha. Tive que partir.

 
 
 

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